O presidente do Banco do Brasil (BB), André Brandão, formalizou seu pedido de renúncia ao cargo, informou a instituição financeira em fato relevante. Ele fica na instituição até o fim de março. Não foi revelado o nome do substituto.
De acordo com fato relevante divulgado pelo BB, o pedido foi apresentado ao presidente Jair Bolsonaro, ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao presidente do conselho de administração do banco, Hélio Magalhães.
Conforme o Valor noticiou em 26 de fevereiro, Brandão manifestou a aliados a intenção de sair do BB incomodado com a crescente pressão de Bolsonaro sobre as empresas estatais. Desde então, o governo vem buscando um substituto. O presidente da Caixa Seguridade, Eduardo Dacache, chegou a ser indicado pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, com o apoio de Guedes e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O nome foi levado a Bolsonaro, mas enfrenta resistências internas no BB.
Brandão ficou apenas seis meses no cargo. A situação do executivo começou a ficar difícil ainda em janeiro, quando Bolsonaro chegou a decidir que o demitiria por causa de um plano de medidas de reestruturação que incluía o fechamento de agências. O incêndio foi apagado, mas a relação não se restabeleceu. Em meados de fevereiro, o Valor revelou que o executivo disse a amigos que só ficaria no cargo enquanto sentisse que tinha condições de atuar da forma que achava correta.
Egresso do sistema financeiro e com conhecimento e bom trânsito no mercado de capitais, no Brasil e no exterior, Brandão é conhecido por ser um ótimo formador de equipe e exibir um estilo “diplomático”, segundo fontes ouvidas pelo Valor. Para entrar no BB, o executivo deixou a liderança da área de global banking para as Américas do HSBC, banco em que trabalhava desde 1999 e do qual foi CEO no Brasil de 2012 a 2016.