O Brasil despencou 12 posições no ranking do World Happiness Report (Relatório de Felicidade Mundial) em 2020. O país estava na 29º posição, de acordo com a pontuação média de 2017 a 2019, e foi para o 41º lugar, entre 95 nações que foram avaliadas. O relatório indica que os brasileiros nunca foram tão infelizes como no ano passado, com a menor posição registrada desde que o estudo começou, em 2005.
O estudo (íntegra – 16 MB) tem como base a Rede de Desenvolvimento Sustentável, vinculada à Organização das Nações Unidas, e o Centro para o Desenvolvimento Sustentável da Universidade Universidade Columbia (EUA), coordenado pelo economista Jeffrey Sachs, autor do best-seller “O fim da pobreza”. Os dados são da Gallup Poll, empresa de pesquisa de opinião dos Estados Unidos, e da instituição de caridade internacional Lloyd’s Register Foundation.
No ano em que a crise sanitária da covid-19 tomou o mundo, a ideia era observar o efeito da pandemia na qualidade de vida da população. A atuação dos governos locais também foi avaliada. O Brasil é citado como um dos países com “ceticismo no mais alto nível político sobre a gravidade do vírus”, ao lado dos Estados Unidos –o que estaria atrelado a uma alta mortalidade, de acordo com o estudo.
Em relação às medidas de contenção do coronavírus, os pesquisadores citam que “os países que priorizaram a supressão da transmissão também conseguiram obter melhores resultados econômicos e sociais”. Para isso, mediram dados preliminares do PIB em 2020.
“Vimos que as taxas de mortalidade por covid-19 foram muito maiores na Europa Ocidental do que no Leste Asiático. Mas não houve ganho compensatório na frente econômica, já que o Leste Asiático estima encolhimento do PIB em 1,3% e a Europa Ocidental, 6,5%”.
Em 2020, o Brasil teve o 21º melhor desempenho econômico entre 50 países analisados pela Austin Rating.
Os pesquisadores ainda citam a reabertura econômica no ano de 2021, dizendo que “os países com baixas taxas de mortalidade conseguiram reabrir com sucesso, enquanto os países com alta taxa de mortalidade continuaram a enfrentar combinações infelizes de fatalidades e lockdown”.
A Suécia e a Nova Zelândia, que usaram estratégias diferentes, são usadas como exemplo. Os países integram o topo do ranking (6ª e 9ª posição, respectivamente) e “têm alto capital social e confiança institucional [quando os cidadãos apoiam estratégias dos governos contra o coronavírus]”.
O governo sueco optou por uma estratégia de “sociedade e economia abertas”, registrando uma mortalidade de 86,4 por 100.000 habitantes na pandemia. Já o país da Oceania registrou 0,5 mortos por 100.000. No processo de reabertura, conseguiu ter mais êxito na liberação gradual de negócios não essenciais, atividades escolares e encontros sociais. Por isso, tem um saldo muito menor de mortos.
Em dezembro, o rei da Suécia afirmou que o país conduziu uma má gestão da pandemia, que ele considerou um “fracasso”.