A FNP (Frente Nacional dos Prefeitos) divulgou uma carta nesta 6ª feira (26.mar.2021) com pedido ao governo federal para demitir o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, por conta do seu “leque diverso de trapalhadas e atitudes destrutivas.”
Os prefeitos afirmam que a “postura diplomática brasileira compromete o enfrentamento da pandemia”.
As críticas à atuação de Araújo se intensificaram nos últimos dias. Durante sessão de debate na última 4ª feira (24.mar), diversos senadores pediram sua saída. O chanceler foi questionado enquanto falava das dificuldades enfrentadas pelo Brasil para a compra de vacinas contra a covid-19.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), fez um duro discurso (íntegra – 216 KB) e criticou a política externa brasileira em sessão da Casa, também na 4ª (24.mar).
“O cenário de enfrentamento à pandemia da covid-19 tomou contornos catastróficos no país. O desenho de tragédia está estabelecido, há insuficiência de doses de vacinas, aumento incontrolado de novas variantes do vírus, falta de leitos, escassez de oxigênio e medicamentos, além de uma diplomacia que tem cometido repetidos desatinos, em um momento no qual o apoio internacional é indispensável”, diz a carta da FNP.
“O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, já apresentou um leque diverso de trapalhadas e atitudes destrutivas. Agora, veio à tona sua postura contrária ao ingresso do Brasil no consórcio global Covax Facility, que entregou um milhão de doses de vacina AstraZeneca/Oxford em 21 de março e ainda deverá entregar outras 41 milhões”, acrescenta o documento.
Para os prefeitos, é urgente a adoção de medidas para tentar recuperar a imagem do Brasil no exterior, e caso isso não seja feito, o país pode ver ainda mais distante a “inescapável e urgente aquisição de vacinas contra o coronavírus”.
A situação de Araújo se tornou ainda mais complicada depois de o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Filipe Martins, fazer um gesto que os congressistas consideraram ofensivo durante sessão no Senado. O gesto, segundo a interpretação de alguns opositores, teria conexão com simbologia usada por supremacistas brancos. Martins negou essa referência e disse que estava ajustando o terno.