A embaixada Fla-Portugal vai repetir receita que deu certo. Em 7 de junho de 2019, o então desconhecido para brasileiros Jorge Jesus embarcou ao Brasil com direito a mimos, batuque e cantoria. Voltou daqui como página eterna na história do Flamengo e deixando fãs inconsoláveis. Agora o também português Paulo Sousa será alvo de homenagens.
Na noite desta quinta-feira, no Aeroporto de Lisboa, o novo comandante será recebido por um grupo de torcedores que o presenteará com cachecol e dois livros antes da partida para o Rio de Janeiro.
Apesar do carinho que vem se criando entre treinador e torcida, Paulo Sousa não ganhará o romance de título sugestivo "PS, te amo", da irlandesa Cecelia Ahern. Receberá "Hoje é dia de Flamengo" das mãos do autor da obra, Ricardo Fontes Santana, e "O Vermelho e o Negro", de Ruy Castro, cujo exemplar pertence a um dos integrantes da embaixada.
A iniciativa de mergulhar na história rubro-negra partiu do próprio Paulo Sousa, que, via assessoria, procurou a Fla-Portugal para pedir indicação de livros que pudessem familiarizá-lo ao Flamengo.
O "Hoje é dia do Flamengo" é um livro-calendário que reserva crônicas e citações a cada um dos 365 (ou 366) dias do ano. Comprometido a atualizar a obra que lançou em dezembro de 2020 de dois em dois anos, Ricardo Fontes já sabe o que quer de Paulo Sousa: mais trabalho e muitos novos capítulos para escrever.
O autor ficou lisonjeado por ter seu livro indicado por Thiago Fragoso a Paulo Sousa e especialmente satisfeito com o interesse do treinador pelo passado do Flamengo.
- Sinto nele uma vontade muito grande de querer entender o que é o Flamengo. No meu livro, eu falo muito de como o Jorge Jesus se encaixou bem. Sinto que ele tem o mesmo espírito. De domínio de bola, de buscar sempre o ataque. E vendo que ele não está ligado só no campo, mas querendo entender o entorno. É uma felicidade como torcedor ver esse interesse dele. Acho que isso vai ajudá-lo a entender as dificuldades, mas também a potência que é o Flamengo. Quando o time dá aquela encaixada com a torcida é muito complicado de segurar.
Ricardo conta que foi difícil contar a história do Flamengo através das datas porque há títulos conquistados no mesmo dia. Exemplo clássico vem das grandes glórias continentais: as duas Libertadores foram vencidas em 23 de novembro. De 1981 e 2019. Desta forma, o autor sempre optou por fazer uma crônica da vitória que julgou mais importante e citou outras partidas no rodapé das páginas.
Com manifesto interesse por passado, presente e sobretudo o futuro do Flamengo, Paulo Sousa deixa Portugal nesta quinta-feira para escrever novas páginas em vermelho e preto. O português renderá um calhamaço recheado de capítulos gloriosos ou um livro fininho sem grandes passagens? O papel e a caneta o esperam no Rio de Janeiro, no Ninho do Urubu, onde chega na sexta-feira.