Em uma de suas falas nas Sagradas Escrituras o apóstolo Paulo nos traz uma expressão bem particular e especial, algo que nos convida a uma reflexão e provoca o imaginário humano a compreender o verdadeiro sentido de sua fala. Trata-se da expressão “mente de Cristo, citada pelo apóstolo ao escrever uma de suas cartas à Igreja de Coríntios. Mas o que seria esta mente de Cristo? O que isto quer dizer de forma prática para nós? E como podemos interiorizar esta dimensão espiritual em cada um de nós? A resposta a estas perguntas apresenta, de um lado, o contexto religioso encontrado no destinatário da epístola, e por outro a compreensão do comportamento do mestre diante das situações postas em sua trajetória terrena. Ou seja, a forma como se relacionou com aqueles que d’Ele se aproximavam e o impacto destes encontros para a vida das pessoas. Ter a mente de Cristo, de acordo com o exemplo do mestre, supõe alguém que acolhe e perdoa, mesmo sabendo que o acolhido é alguém já julgado e previamente condenado pela sociedade (João 8). É ter a capacidade de mergulhar no mundo de seu interlocutor e dele extrair as mais difíceis revelações, sem que pra isso estabeleça diante dele algum juízo condenatório, apenas redirecionando-o rumo à um caminho de mudança e transformação (João 4). Ter a mente de Cristo é amar quem vos persegue e iinterceder de modo que Deus os perdoe diante da atrocidade cometida (Lc 23). Como seria bom se absorvessemos o exemplo do Mestre e destrinçassemos as entrelinhas do evangelho contemplando o caráter de Cristo em nossas vidas, sem dúvidas estaríamos em um mundo mais igual e justo, além de um ambiente mais propício ao desenvolvimento de todas as potencialidades humanas. Enfim, ter a mente de Cristo é andar conforme Jesus andou, ouvindo, cooperando e amando sem barganha e condições, fazendo a vontade do Pai em obediência e temor. Que esta mente seja uma realidade para todos nós e até a próxima, se Deus quiser!