O “Diário Oficial da União” publicou nesta sexta-feira (26) portaria que oficializa o retorno ao trabalho no Exército do general Eduardo Pazuello, que na terça-feira (23) foi exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro do cargo de ministro da Saúde.
Assinada pelo comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, a portaria “reverte” Pazuello ao "quadro" da Força. General de divisão intendente, Pazuello seguiu como militar da ativa durante sua passagem de quase um ano pelo ministério da Saúde, como secretário-executivo, ministro interino e ministro titular.
Pazuello estava “agregado”, ou seja, cedido ao Ministério da Saúde, desde 28 de abril de 2020, conforme portaria publicada no “Diário Oficial da União”, quando foi nomeado secretário-executivo da pasta ainda na breve gestão de Nelson Teich.
O retorno de Pazuello é retroativo a terça-feira, 23 de março, data da exoneração. No mesmo dia, o presidente nomeou e deu posse ao novo ministro da Saúde, o médico Marcelo Queiroga. O Exército informou que ainda será definida qual função Pazuello assumirá na instituição.
Elogiado por Bolsonaro por seu trabalho à frente da pasta, Pazuello foi demitido após pressão política, inclusive de aliados do Palácio do Planalto, diante da crise provocada pelo agravamento da pandemia de Covid-19.
Quando escolheu Pazuello, Bolsonaro exaltava o general por ser especialista em logística. A gestão do ex-ministro foi marcada por atritos com governadores, vai e vem nas negociações para compras de vacinas, escassez de insumos em hospitais e o episódio de falta de oxigênio em Manaus, pelo o qual o militar é investigado em um inquérito.
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello — Foto: TV Globo/ Reprodução
O futuro de Pazuello foi discutido ao longo do intervalo de uma semana entre o anúncio e a nomeação de Queiroga na Saúde. Foi avaliada a hipótese de acomodá-lo em outro ministério ou dar status ministerial à Secretaria de Assuntos Estratégicos.
Também se cogitou colocar o general à frente do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), que cuida das concessões e privatizações do governo federal. A ideia, contudo, foi rejeitada pela equipe econômica de Bolsonaro.