Cinco dos sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que começam a julgar na próxima quinta-feira (22) o processo que pode tornar inelegível o ex-presidente Jair Bolsonaro foram indicados por seu maior adversário político.
Levantamento feito pelo jornal O Globo destaca que Carmén Lúcia foi indicada pelo petista em 2006 para o Supremo Tribunal Federal (STF). Benedito Gonçalves, relator do processo sobre a reunião de Bolsonaro com embaixadores durante a eleição, chegou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelas mãos de Lula em 2008.
Raul Araújo Filho compõe o mesmo STJ desde 2010, também indicado pelo atual presidente da República. Fecham a lista André Ramos e Floriano de Azevedo, nomeados pelo petista para o TSE neste ano. Apenas Alexandre de Moraes e Kassio Nunes Marques, indicados para o STF por Michel Temer e Bolsonaro, respectivamente, não foram escolhidos por Lula.
O TSE é composto por três ministros do STF, dois do STJ e dois nomeados pelo presidente da República, a partir de lista tríplice elaborada pelo STF. O Ministério Público Eleitoral (MPE) recomendou a inelegibilidade de Bolsonaro por abuso de poder político. Se condenado, ele ficará oito anos sem poder concorrer em eleições.